[Song-fic] The Chain
Sinopse: Ely não sabe mais como se sentir depois do que aconteceu. A única coisa que
desejava é que ele voltasse, assim, tiraria a corrente da porta.
The
Chain
O
vento balançava meus cabelos, sentia meu rosto ganhar um tom corado por conta
do frio, abracei meu corpo apertando o casaco. As botas faziam um barulho
irritante ao bater na calçada, enquanto pulava para evitar as poças de água
deixadas pela chuva. O céu nublado demonstrava como estava me sentindo. Perdida
em pensamentos atravessava a cidade de volta para casa.
The sky looks
pissed
The wind talks back
The bones
Are shifting in my skin
And you my love are gone
The wind talks back
The bones
Are shifting in my skin
And you my love are gone
O barulho do vento me lembrava de sussurros,
como se estivesse falando comigo, secretamente. Tentando me contar algo, mas
por medo, não conseguia entender. Andava no piloto automático desde aquele dia.
Nada mais seria igual. Estava me sentindo esquisita. Totalmente fora de lugar.
Era como se meus ossos estivessem mudando de posição em minha pele. Meu corpo
estava em torpor. Sabia que não mudaria... Meu amor havia ido embora.
Coloquei uma mecha que insistia em cair sobre
meus olhos atrás da orelha, soltei um breve suspiro ao alcançar a entrada do
Central Park. Não era a melhor hora para andar por ali, mas ir para casa não me
parecia uma boa ideia. Passei a mão por meu rosto enfiando as mãos nos bolsos
do meu sobretudo marrom. Minhas calças pretas e as botas não me deixariam ficar
resfriada. Atravessei a entrada e caminhei por lá sem olhar para os lados.
O parque estava até tranquilo, algumas pessoas
passavam caminhando, sozinhas, acompanhadas ou com cachorro. Dei um pequeno
sorriso ao ver uma mãe chamando o filho que brincava para irem para casa. Por
um momento, fiquei com os pensamentos muito longe, me lembrando de quando era pequena
e minha mãe depois de muito brigar me fazia voltar para casa, jantar e me
arrumar para dormir. É impressionante como quando somos crianças queremos
crescer e ao conseguirmos queremos voltar a ser criança.
O celular em meu bolso tocou, peguei o aparelho
e vi o número. Mordi o lábio, era minha melhor amiga, porém agora não queria
conversar. Se nós duas começássemos a falar logo terminaria em briga. Jenna
nunca gostou dele... E entendia o motivo. Pelo menos agora… Éramos de mundos
diferentes… Enquanto ele tinha tudo, eu precisava me esforçar para conseguir
alguma coisa. Passei a mão por meus cabelos e desliguei o celular.
Em pouco tempo cheguei até meu prédio, chamando
o elevador. Ao entrar cruzei os braços me apoiando à parede. Assim que cheguei
ao meu andar entrei no corredor, enfiei a mão na minha bolsa procurando pela
chave. Quando consegui pegar destranquei a porta para em seguida fechar. No
momento em que me senti tranquila corri para o banheiro ficando em baixo da
ducha. Fechei os olhos tentando relaxar o máximo possível.
My room seems wrong
The
bed won't fit
I
can not seem to operate
And
you my love are gone
Tratei
de me secar e coloquei uma bermuda curta e uma blusa de alça fina. Penteei os
cabelos deixando soltos. Suspirei baixinho. Pronta, me joguei no sofá junto com
o controle remoto dando uma olhada na programação. Não queria ficar no quarto,
ele não parecia certo. A cama não parece caber. E sinto como se não conseguisse
operar... Como uma maquina quebrada. Novamente, somente uma certeza existia.
Era que meu amor havia ido embora.
Encarava
a tela, mas não via nada. Algo acontecia na televisão, porém não entendia nem
mesmo o que se passava dentro mim. Fechei os olhos, me deitando, com o braço
direito tampando meus olhos. Um ruído no corredor me fez saltar, meu coração
batia acelerado. Será que é? O sangue
de repente parecia fluir com força através das veias. Minha respiração ficou
acelerada enquanto me aproximava para dar uma olhada pelo olho mágico.
So glide away
And so be healed
And promise
Not to promise anymore
And if you
Come around again
Then i will take
Then i will take
The chain
From off the door
Não
havia ninguém e a decepção tomou conta de mim. Mordi o lábio, tensa diante da
situação. Soltei um suspiro baixo, assimilando a dor que percorria a minha
coluna. Estava basicamente entorpecida. Permaneci nesta posição até ter coragem
de me mexer, mas ao contrário do que pensei acabei adormecendo. Somente acordei
com um som da porta, e a corrente rangendo. Sentei assustada encarando a porta,
sem saber o que fazer. Ir
descobrir a causa ou me encolher no sofá?
Fiz
uma pequena careta. Nunca gostei de me esconder... Levantei decidida e me
aproximei. Ao ver quem estava do lado de fora da porta senti meu corpo tremer.
Precisava decidir rápido meu próximo passo. Se acabaria com a distância entre
nós, assim podendo curar as feridas, e esquecer a promessa. A promessa de que Tom
não voltaria... Nunca. Meu desejo era gritar te pedindo para não prometer mais…
Se tivesse essa certeza tiraria a corrente da porta, o deixando entrar.
Thomas
andava em frente à porta dando voltas e mais voltas. Passou a mão por seus
cabelos castanhos repicados e não pude evitar em sorrir. Ao encarar a porta
notei como seus olhos castanhos pareciam tensos, seu cenho franzido. Levantou a
mão para bater à porta, mas tocou a campainha para logo colocar dentro do
bolso. Respirei fundo pesando as possibilidades. Várias coisas se passavam em
minha mente agora, queria dizer que o amava... Muito.
I'll never say
I'll never love
But I don't say
A lot of things
And you
My love are gone
Estiquei
a mão girando a maçaneta e tirando totalmente a corrente do fecho, ao abrir a
porta me deparei com os olhos que persistiam em aparecer em meus sonhos. Ou
melhor, ultimamente em meus pesadelos. Procurei por seus olhos, tentando ler o
que se passava em sua cabeça. Tom deu um passo à frente e eu dois para trás.
Não queria ficar tão perto e sofrer de novo. Com o pé fechou a porta voltando a
avançar, tentando me manter longe cai sentada no sofá.
-Precisamos
conversar. – Sua voz rouca falou decidida.
Engoli em seco.
-Não temos nada a dizer... – Disse com a voz fraca. – Acredito que sua opinião ficou bem clara em nossa última conversa.
Ele fechou os olhos por um momento, como se estivesse sentindo dor. E ao abrir notei como estava certo do que faria.
-Eu te amo. – Ele falou baixo.
Neguei com a cabeça. As palavras queriam sair desesperadas de minha boca, mas não podia deixar. Eu nunca vou dizer... Em minha mente gritava Eu nunca vou amar você de novo... Mas sabia que não poderia falar isso. Não digo isto e um monte de outras coisas. Porque a memória ainda está fresca de quando meu amor se foi. Tomada pela súbita vontade de acabar com tudo de uma vez ergui o rosto pronta para mandá-lo embora, mas o que vi me fez perder as palavras.
-Por favor, só te peço uma chance.
Começou ajoelhado no chão a minha frente, minhas pernas falharam, e agradeci a Deus por estar sentada. Levou sua mão morena ao bolso tirando uma caixa preta de veludo de seu bolso. Meu coração perdeu uma batida ao ver o que tinha dentro. Um anel, uma aliança de compromisso brilhava, diante dos meus olhos. De onde estava percebia que tinha algo escrito, mas não conseguia ler. Thomas segurou minha mão com a sua livre.
-Sei que fiz besteiras e falei o que não devia. – Parou por um momento pesando suas palavras. – Mas foi medo... – Passou a mão por seus cabelos. – Somos tão diferentes, de mundos tão... Separados. – Balançou a cabeça. – Só que descobri nesses dois dias sem você... Não... – Respirou fundo. – Não há nada sem você. Não me importo com nada sem você comigo.
Pegou uma das alianças na caixa aproximando do meu dedo e olhando fixamente em meus olhos perguntou.
-Você me daria à honra de ser o que tenho de mais valioso em minha vida?
Lágrimas
traidoras escorrem por meus olhos. Aquelas quarenta e oito horas haviam sido as
mais difíceis da minha vida. Queria gritar um ‘sim’ bem alto, mas minha voz não
sairia. Dei um sorriso pequeno e de repente ele deslizou a aliança em meu dedo.
Sorrindo me joguei em seus braços, que pareciam ter sido feitos para mim,
estava de volta a minha casa. Seus lábios se juntaram aos meus, num beijo
mostrando nossa saudade. Quando precisamos de ar ele se afastou e sussurrou:
- Sabe o que está escrito na aliança?
Neguei com a cabeça e sabia que meus olhos demonstravam toda minha curiosidade.
- My chain your chain.
Soltei uma pequena risadinha.
- Minha
corrente sua corrente? – Arqueei a sobrancelha.
Um
sorriso malicioso surgiu em seus lábios. E não diria nada agora, não iria
estragar o momento. Apenas sorri, sabendo como ele via a aliança, o
relacionamento. Aquele havia sido o seu jeito de dizer que estamos ligados,
para sempre. Enlacei seu pescoço com meus braços, deixando tudo mais para lá.
Só o que queria e precisava estava ali.
~ Fim ~
Muito bom! Conseguiu me prender do início ao fim. Escritora profissional!
ResponderExcluirOi Alan!*-* Puxa, muito obrigada, mesmo. Fico muito feliz em saber que gostou. Beijos.
ExcluirQue história mais delicada e bonita! Adorei! Você encaixou direitinho a letra da música na história! Ficou tão bonito que estou aqui com vontade de ler mais. rs... Parabéns pela fic linda.
ResponderExcluirOii Denha!*-* Puxa, fico super feliz em saber que gostou. Sua song-fic que me inspirou. Depois de ler não saiu mais da minha cabeça e quando vi a oportunidade escrevi.=D Ai que bom. Sempre temos insegurança, né?rsrs Ah, quem sabe não me arrisco e aumento. Beeijos!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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